Dólar pode chegar a R$ 4,20 se a reforma da Previdência não passar

sexta, 01 de março de 2019

Se a reforma da Previdência não for aprovada, o dólar iria para R$ 4,20, a Selic subiria para 7,50% e o Ibovespa recuaria para 75 mil pontos.

Se a reforma da Previdência não for aprovada, o dólar iria para R$ 4,20, a Selic subiria para 7,50% e o Ibovespa recuaria para 75 mil pontos.

Essa é a visão de investidores institucionais ouvidos pela XP Investimentos. Por outro lado, com uma aprovação integral do projeto apresentado pelo governo Jair Bolsonaro, o dólar iria a R$ 3,40, a Selic recuaria para 6,0% e o Ibovespa avançaria para a faixa dos 120 mil pontos.

O projeto da reforma da Previdência prevê economia de R$ 1,165 trilhão em dez anos. Entretanto, os investidores ouvidos pela XP acreditam que haverá uma diluição durante a tramitação no Congresso e que a economia final será de R$ 700 bilhões.

A pesquisa, no entanto, foi feita entre os dias 25 e 27 de fevereiro, antes, portanto, de Bolsonaro admitir ontem que pode rever pontos da reforma, como baixar a idade mínima para mulheres de 62 para 60 anos, fazer concessões no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na pensão por morte.

Para 80% dos investidores, a reforma será aprovada pelo Congresso este ano. A maioria dos entrevistados acredita que o projeto será aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em maio, na comissão especial entre maio e junho e em primeira votação no plenário da Câmara entre junho e julho.

Entre os investidores, 41% se disseram "muito preocupados" com a reforma da Previdência em fevereiro, ante um nível de 48% em janeiro. O porcentual de "preocupados" passou para 25%, de 20%. Já aqueles "um pouco preocupados" somam 27%, de 28%. E 7% se dizem "nada preocupados", de 5% no mês anterior.

A aprovação do governo Bolsonaro entre os investidores piorou. Em fevereiro, 70% avaliaram como ótimo e bom, 27% como regular e 3% como ruim e péssimo. Em janeiro, 86% consideravam ótimo e bom, 13% regular e 1% ruim e péssimo.

Já a avaliação do Congresso melhorou um pouco. Em fevereiro, 30% avaliaram como ótimo e bom, 48% como regular e 21% como ruim e péssimo. Em janeiro, 23% consideravam ótimo e bom, 59% regular e 18% ruim e péssimo.

A XP ouviu 122 pessoas, entre gestores de recursos, economistas e consultores.

(Álvaro Campos | Valor)

Fonte: Valor Econômico

Galeria de Fotos